ENXERGANDO O TEU PRÓXIMO DIFERENTE

Olá leitores, no ano passado eu li um livro chamado Fundamentalismo do autor Leonardo Boff, mesmo que eu não concordasse muito com alguns pontos falados no livro tem uma parte que me marca até hoje, mas antes de falar dela, vamos para alguns fatos.

Não é surpresa nenhuma que o ser humano, nem que seja um pouquinho, é egoísta e orgulhoso, onde as vezes nos encontramos em situações que é difícil pensar no meu próximo ou reconhecer uma falha minha. Isso acontece com todo mundo. O ser humano já nasceu com essa natureza corrompida e com esse orgulho e egoísmo que em determinadas situações podem ficar mais visíveis.

Quando falamos no quesito: COMUNHÃO/RELACIONAMENTO, esse orgulho e egoísmo pode nos atingir de determinadas formas, as vezes podemos nos sentir ameaçados de alguém novo e distante querer fazer parte do nosso ciclo social, podemos sentir medo dessa pessoa roubar nossas amigas, podemos nos sentir intimidados quando aparece um novo integrante na família e ter medo dessa pessoa tomar o nosso lugar.

As vezes o se sentir ameaçada é por você achar a pessoa mais carinhosa e carismática que você, ter mais conhecimento em algo que você não tem ou apenas o seu medo que a mesma receba mais atenção que você. Podemos só pelo fato de termos nossas diferenças, excluirmos a pessoa distante usando como desculpa que essas diferenças não permitem que haja uma aproximação.

E aí entramos na frase que tem me marcado:

“É o medo que cria o inimigo. E exorcizamos o medo quando fazemos do distante um próximo e do próximo um irmão e uma irmã. Afastamos o medo e o inimigo quando começamos a dialogar, e no diálogo a nos conhecer, e no conhecimento a nos aceitar, e na aceitação a nos respeitar, e no respeito a nos amar, e no amor a nos cuidar.”

Leonardo Boff

O medo de se sentir ameaçado (a), intimidado (a), com inveja ou ciumes torna a pessoa o nosso inimigo. Pois você cria suposições e achismos em cima daquela pessoa, gerando um preconceito. Ela se torna nosso inimigo que na maioria das vezes, a pessoal distante em si não queria ter esse papel em nossas vidas.

A distância gera visão. Quando estamos longe de alguém, iremos enxergar melhor as falhas e apontar os erros da pessoa, suas atitudes e ações. Vamos conseguir critica-la melhor porque o seu olhar se ampliou, e agora você a enxerga de longe. E fazendo isso talvez você desconstrua tudo aquilo que a pessoa um dia foi para você ou simplesmente sabendo como ela é, não irá fazer o minimo de questão em se aproximar.

Porém, voltamos a frase: “E exorcizamos o medo quando fazemos do distante um próximo e do próximo um irmão e uma irmã.” 

Tiramos esse medo e a pessoa só vai parar de ser visto como um inimigo, quando nos aproximamos dela, tornando essa pessoa um irmão ou irmã para nós. Afastamos o medo e o inimigo quando ocorre o DIÁLOGO, pois teremos a oportunidade de nos conhecer melhor, aceitarmos nossas diferenças, respeitar nossos gostos e opiniões e nos amar e cuidar!

Fazemos sempre o papel de se distanciar, ampliar nossa visão e criticar, mas quem disse à você que o inverso não é importante?  O oposto é: Proximidade, que gera trabalho e envolvimento com a pessoa, não será fácil mas te levara a edificar amor e cuidado! Tem coisa melhor do que estar em paz com as pessoas? Tem coisa melhor do que se sentir amado e cuidado por alguém? Já se perguntou se a pessoa que você se distancia por motivos de “ela é muito diferente de mim”, tem sentido falta dessa proximidade?

Sabemos que à tempo para todas as coisas. As vezes, de fato precisamos nos distanciar para entender, perdoar ser curados, entre outras coisas, mas também a tempo de proximidade, amizade, reconstruir aquilo que foi um dia perdido, deixar de lado as diferenças e o medo com dito no começo do post. As pessoas esquecem que vivemos em um processo de mudanças constantes, onde falhamos e erramos a todo momento. Esquecem que todo esse caminhar gera maturidade e conhecimento. Não fique supondo que a pessoa que você conheceu a 3 anos atrás é a mesma de agora, não fique nesse mundinho achando que só você que evoluiu e cresceu com suas experiências de vida.

Precisamos reconhecer o nosso próximo, saber trabalhar e dar continuidade nesse processo. Infelizmente isso não depende apenas de uma pessoa. E por isso que vemos tantas grupos fechados, onde não à espaço para mais ninguém! Só para o medo, movido pelo egoísmos e orgulho dos participantes da rodinha.

Abraços ❤