Eu simplesmente AMO esse vídeo, e sempre que aparece na minha timeline, eu me emociono com essa intérprete…
O nome dela é Amber G., e ela se especializou em interpretação de músicas para cantores e bandas. Um pouco sobre ela você pode ver no site dela e no canal do Youtbe.
Esse clipe (maravilhosoooo!) me fez voltar a pensar em “a quantas” anda a inclusão das pessoas, no caso as surdas, em nosso meio social.
É difícil pensar sobre quando não estamos inseridos no contexto, né? Quando não somos nós, ou ninguém do nosso meio vive essa realidade, é menos provável que enxerguemos o quanto essas pessoas são excluídas.
Coisas como o aumento de filmes dublados nos cinemas, comércio despreparado para atender essas pessoas, programas culturais sem tradução em libras. Coisas que para nós passa despercebido, para eles é uma barreira para ter acesso às coisas simples, mas que fazem a diferença.
Fiquei muito feliz quando vi que um festival de literatura e música que aconteceu por aqui (FLIM 2017), que teve parte de sua programação (mesa de discussões com escritores e jornalistas) traduzida para libras, e todos impressos tinham suas versões em braile.
Já vi também algumas igrejas com intérpretes em suas celebrações.
Somos cobrados todos os dias para falarmos outras línguas, mas não falamos com a nossa própria gente. Somos educados a buscar idiomas que nos agreguem valor no mercado de trabalho, sendo que deveríamos ser ensinados a dar valor a vida do outro.
Bão, pensando no vídeo lá de cima, e de como a interpretação da Amber abalou meu coração, fui procurar clipes de bandas que tenham suas letras também em libras.
Achei muita coisa legal! E encontrei o site Cultura Surda que tem tannnntttaaa coisa, que não consegui ler e digerir tudo. Foi lá que encontrei a maioria dos clipes que vou deixar aqui para vocês curtirem…
- “You need me, I don’t need you” – Ed Sheeran
- “Pride” – American Authors
No começo de 2016, a banda novaiorquina American Authors lançou um novo videoclipe para sua música “Pride” (“Orgulho”) – agora protagonizado pela prestigiada atriz surda Sandra Mae Frank (que no vídeo interpreta a canção em American Sign Language). O indie rock estadunidense, mais uma vez, é tomado pela musicalidade e pela potência da ASL.
- “Cada um por si” – Alarmes
Com movimentos fosforescentes, a letra de “Cada um por si”, da banda, a arte, em qualquer de suas formas, é a maneira mais sincera de expressão – daí o desejo deles de produzir algo que seja compreendido por todos. Para eles, é a interpretação de Bárbara Barbosa, acima de tudo, que ajuda a entregar a mensagem e incluir outros públicos usando a essência da musicalidade, que é dinâmica, rítmica e intensa” (Revista Rolling Stone).
- “No nascimos ayer” – Rayden
No videoclipe de “No nacimos ayer” (“Não nascemos ontem”), uma canção de protesto lançada pelo rapper espanhol Rayden, a Língua de Sinais Espanhola ganha destaque entre vendas e mordaças nas mãos do intérprete Nacho Arrabal. “Querem que fiquemos calados, mas vão cair / Querem que sejamos dóceis e fáceis de convencer / Ninguém me diz o que devo ou não fazer / Fomos todos criados para desobedecer / Acaso nos vão calar, acaso nos vão vencer?”.
Nessas andanças por aí, achei esse curso online de libras oferecido pela USP. Boa maneira de começar!
Nota – [Esse post não tem intenção nenhuma de tirar o protagonismo dos surdos da luta deles, ou me colocar como especialista de nada. Somente eles podem testemunhar e apresentar as dificuldades que vivem. Só quis falar um pouco sobre o bem pouco que sei. Se você é surdo, ou tem alguém próximo que é, me conte mais sobre a realidade. Se escrevi alguma besteira, por favor, me corrija. Estou aqui para aprender sempre.]
Essa publicação é um repost do meu blog pessoal Aleatória é a Mãe. Corre lá pra conhecer tb.