Esses dias estava passando um tempo pela internet até que me deparei com a frase “o segredo é deixar a música mais alta que seus problemas” e percebi que estou quase 24 horas por dia com o fone no ouvido. O que não é de se admirar, já que, além da escrita, a música acabou se tornando meu escape. Mas, fora isso, comecei a analisar diversas outras situações.
Nos ônibus há avisos para que coloquemos fones, pois nem todo mundo divide o mesmo gosto musical. E não é nada incomum ver a maioria das pessoas imersos na dimensão da música, basta olhar para o lado. Alguns fazem alguns movimentos com o corpo, outros ficam refletindo enquanto olham pela janela e há aqueles que além da música ainda mergulham em alguma leitura ao mesmo tempo. Cada um em seu próprio estilo, mas talvez com o mesmo objetivo: desligar a voz chata do mundo.
Muita gente já acorda logo cedo mal humorado, pisando firme, reclamando do trânsito, do horário, das pessoas, da vida. Xingam, brigam, discutem, soltam os cachorros naqueles que em nada tem a ver com o seu mal amor consigo mesmo. Como podemos julgar aqueles que vivem “no mundo da lua” (como diz minha mãe quando me vê andando de uma lado para o outro da casa sem escutar ninguém pelo volume no último)?
A música nos dá o que o mundo nos tira. Mesmo que seja um breve conforto, uma pequena esperança, um vasto olhar promissor para o futuro, um choque de disposição para o que precisa ser feito. Mais do que dizer o que fazer, a música nos entende.
E sermos entendidos, mesmo que nas maiores loucuras, é o que a gente mais procura.
Nayara Rosolen
Uma resposta para “No mundo da lua”